segunda-feira, 28 de março de 2011

Discos Estoril

A etiqueta "Estoril" dos "Discos Estoril" com sede na Rua 1º de Dezembro, em Lisboa, existia já na primeira metade dos anos 50 como editora de discos de 78rpm.

Em fins de 1954 a Estoril iniciou a edição de discos de vinil 45 rpm com a sigla MS 10xx. As edições prolongaram-se durante alguns (poucos) anos tendo-se a marca concentrado quase exclusivamente em música portuguesa, aproveitando em parte gravações já editadas em 78rpm. Dados os poucos gira-discos existentes em Portugal nessa época, a Estoril escolheu como alvo preferencial o então reduzido mercado dos turistas que nos visitavam. Por isso a contracapa dos discos tem textos em francês e inglês e frases alusivas tais como "Take Portugal back with you in a record of its music".

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Algumas capas têm a tiragem impressa à margem, donde se pode concluir que cada edição tirava 1500 discos, uma quantidade exígua. Os discos eram reeditados quando necessário, utilizando as etiquetas correntes à data das reedições.

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A etiqueta desapareceu antes do fim da década, na época em que a Alvorada entrou no mercado, mas os seus discos merecem ser conservados como relíquia histórica dos inícios do vinil em Portugal.

João Manuel Mimoso
http://www.historia.com.pt/vinyl/Estoril/Etiqueta.htm

João Manuel Mimoso procura colecções de discos desta marca (45 e 33,3 rpm) bem como catálogos ou documentação. Propostas: joaom.mimoso@gmail.com .

Discoteca do Carmo

A Discoteca do Carmo foi fundada em 23 de Fevereiro de 1957 por Manuel Simões, que é ainda actualmente o seu gestor. Dedicou as últimas quatro décadas ao comércio personalizado de música de todo o mundo e, recentemente, dá preferência quase total ao seu vasto espólio de música portuguesa.

Editou e fabricou em instalações próprias e por sua conta e risco o primeiro LP microgravado em Portugal, com o número 5001, que hoje se encontra reeditado como disco histórico em Portugal, em CD e Cassete Audio, com a mesma capa dos anos 50.

Recentemente reeditou a maior colectânea de fados ionados desde os séculos XVIII, XIX e XX, e interpretados instrumentalmente por guitarra portuguesa, viola portuguesa e viola baixo, instrumentos que tipicamente e no seu conjunto se podem classificar de orquestra sinfónica do fado.

Com quase meio século de existência, a Discoteca do Carmo foi, é e continuará a ser um estabelecimento com a sua forma de servir muito própria, tendo como principal preocupação servir o público em geral e, em especial, todos os que visitam Portugal, por forma tanto quanto possível a obrigar os mesmos a voltarem para retribuirem a simpatia, estima e seriedade que lhe foram concedidas.

http://www.cdcarmo.pt/quem.html


O editor MANUEL SIMÕES, 91 anos, da Estoril Discos, faleceu hoje em Lisboa.
A APAF curva-se perante a memória de um homem que sempre pugnou pelo Fado e que instituiu uma Fundação com fins de carácter cultural, nomeadamente a difusão do Fado como canção urbana de Lisboa, bem como os de beneficência e solidariedade social.

O corpo de Manuel Simões será velado quinta-feira na Igreja de S. João de Deus, à Praça de Londres, em Lisboa, de onde sairá o funeral, sexta-feira às 14:00 após ter sido rezada missa de corpo presente.

Ainda menor de idade Manuel Simões, natural de Pedrógão Grande, torna-se empresário em 1934, ficando a sua firma em nome do seu pai. Em 1947 toma contacto com a indústria discográfica em Espanha onde encontrou discos de 78 rpm de Hermínia Silva e Irene Isidro, entre outros artistas, nunca comercializados em Portugal. Na década de 1950 inaugurou em Vila Franca de Xira a sua própria fábrica de discos. Será ele próprio quem prensará o primeiro disco de micro-gravação fabricado em Portugal (LP Estoril 5001). Do rol de artistas gravados por si refiram-se Francisco José, Maria de Lourdes Resende, Tristão da Silva, Berta Cardoso, Casimiro Ramos, Maria José da Guia, maestro Belo Marques, Argentina Santos, Alfredo Marceneiro, Anita Guerreiro, Manuel Fernandes, José António, Maria Antonieta, Manuel de Almeida, entre outros.
A partir da década de 1960 dedica-se praticamente em exclusivo ao comércio a retalho de discos, na Discoteca do Carmo, actualmente desactivada, mas que considerava "uma instituição à escala universal". Actualmente era o proprietário da Discoteca Amália à Rua do Ouro, além do calhambeque que estaciona todos os dias na Rua do Carmo e que se tornou num postal da cidade de Lisboa.

Manuel Simões regressará à gravação de discos, na década de 1990, designadamente com conjuntos de guitarras liderados por Arménio de Melo e Paulo Parreira, com que editará a série "Lisboa - Cidade de Fado". e também de fadistas de Alcochete, entre eles, Leopoldina da Guia e Caetano Chefe. Editou o primeiro registo videográfico fadista, "Nostalgia em Alcochete", com a participação entre outros, dos fadistas Clara Daupiás, Miguel Caninhas, Francisco Pimentel, António Maduro, e Gertrudes Daupiás.

Por cumprir fica um desejo seu, o Museu Maria Teresa de Noronha que pretendia instalar em Sintra.

Comunicado APAF, 27/08/2008 (obtido em Lisboa No Guiness e Fado Cravo)

terça-feira, 22 de março de 2011

Ibéria

Era uma editora espanhola, mas com um olhar significativo para o mercado português. Editou 78 rotações, por exemplo, de Tony de Matos, Maria Dulce, Milú, Margarida Amaral, Maria Adalgisa, Moniz Trindado, como é o caso do post, Francisco José, Tavares Belo, Belo Marques, José António. As capas diziam "Ibéria ao serviço do folclore português" e "a Ibéria possui também todo o folclore espanhol".

LT

A Ibéria foi representada em Portugal através de uma associação com o Sr. Manuel Simões. Esta associação, que terá tido início em 1948, dará origem aos Discos Estoril.

António

http://guedelhudos.blogspot.com/2008/10/moniz-trindade.html


Discos de Artur Ribeiro (...) e outras edições, como Tony de Matos (6), Maria Dulce (2), Milú (3), Margarida Amaral (5), Maria Adalgisa (1), Moniz Trindade (8), Francisco José (16), Maestro Tavares Belo (2), Maestro Belo Marques Belo (6) e José António (7).

http://guedelhudos.blogspot.com/2008/01/mais-catalogaes-da-msica.html

domingo, 20 de março de 2011

Sassetti


Nos tempos em que não havia aparelhagens domésticas em todos os lares e as grafonolas e os discos eram ainda objecto raro, para além de caro e uma modernice pegada, as meninas (e alguns meninos) aprendiam a tocar piano muitas vezes com professores e professoras que iam a casa, e que permitiam depois que se fizesse um exame do curso de piano, ou que se seguisse mesmo para um curso superior de piano, muitas e muitas vezes à custa dos ouvidos dos vizinhos, prática aliás infelizmente ainda hoje corrente.

Mas estimulava-se o gosto e o conhecimento pela música, sendo frequente encontrar lojas que se dedicavam à venda de partituras para piano, para além de editoras especializadas, de entre as quais valerá a pena destacar a Sassetti e Cª Editora, sediada na Rua do Carmo, em Lisboa, editora cujo nome teve origem numa família italiana, e que acabou por envolver-se também em edições discográficas.

Coisas de outros tempos, 06/05/2005


Sassetti & Companhia Limitada

A casa Sassetti existia desde 1848 e por lá passaram alguns dos maiores artistas portugueses dos últimos 150 anos. É um património musical de valor inestimável, uma inteira fatia da história da cultura portuguesa. Mas a Sassetti foi também uma das empresas vítimas do 25 de Abril, altura em que entrou em regime de autogestão que conduziria ao seu colapso comercial.

Alguns artistas, como Sérgio Godinho, Fausto e José Mário Branco tomaram depois a iniciativa de recuperar o material que haviam gravado para essa produtora, tendo em vista a sua reedição em CD. Foram, todavia, iniciativas pontuais e o grosso do riquíssimo património da Sassetti ficou bastante votado ao esquecimento ao longo de toda a década de 80.

A Strauss comprou, em 1991, o catálogo Sassetti.

Luís Maio

A editora comemorou 35 anos em 1983. Nos anos 80 lançou discos de Tó Neto, Fausto ("Por Este Rio Acima"), Júlio Pereira, José Afonso, Fernando Girão, Rui Júnior, Rosa dos Ventos, entre outros.

Diapasão e Guilda da Música eram algumas das suas etiquetas.

Sérgio Godinho, Joaquim Jorge Letria, José Mário Branco, José Afonso,...

--Desenho com artistas editados pela Sassetti. (1984) - site de Rui Júnior

quinta-feira, 10 de março de 2011

Estúdio


Emílio Mateus é um homem que há muito frequenta o fado, é conhecedor profundo das coisas do fado, foi decerto nos anos setenta o editor que mais oportunidade deu aos fadistas de terem a sua voz em disco, penso até que deveria pensar em editar em livro as suas memórias pois decerto que teríamos muitas surpresas. Foi casado com a fadista Saudade dos Santos.

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/31346.html

A Ovação, empresa fonográfica independente dirigida por Carlos Lacerda, tem nove anos de existência. Na altura da sua fundação, adquiriu o catálogo Estúdio, empresa que existia desde os anos 60, e na qual devem ter sido lançados 40 mil títulos portugueses. Este património está ainda em boa parte por revitalizar, mas há alguns nomes importantes, nomeadamente do fado, que foram já objecto de reedição, primeiro em vinil e agora em CD, na série especialmente criada para o efeito e intitulada «Bons Momentos da Música Portuguesa». Estão assim disponíveis, sob a forma de compilações, retrospectivas de Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida, Tristão da Silva, Tony de Matos e Maria da Fé. Os dois últimos são os artistas que mais gravaram para a Estúdio, estando a Ovação na posse de cerca de uma dezena de

Luís Maio, Público, 01/03/1994

A editora Estúdio começou em 1966.

O nome da empresa era Mundusom. A Mundusom - Sociedade Industrial do Som, SARL era responsável pela edição de discos de etiquetas como Estúdio, Trevo e Monitor. E estava ligada aos estúdios Polysom.

Outros nomes: Florinda Maria, Vasco Rafael, Fernando Maurício, Beatriz da Conceição, etc...