Fundador da editora Tecla e Jorsom, Jorge Costa Pinto fez em Londres cursos de captação de som, corte de acetatos, galvanoplastia e prensagem. Tem no currículo de engenheiro de som dezenas de gravações.
A - Edita os seus próprios discos?
JCP - No rescaldo da Tecla, criei a Jorsom onde edito coisas minhas, música clássica portuguesa e bandas militares portuguesas. Gravo obras de grandes compositores portugueses que nunca ninguém gravou. Tenho esta mania de preservar as nossas coisas.
A - E o que aconteceu ao espólio da sua editora Tecla?
JCP - Vendi-o Tinha obras importantes de grandes autores. Comecei em 1967, com um disco do João Maria Tudela e outro da Florbela Queiroz. Depois editei a Madalena Iglésias, numa altura em que trabalhava como arranjador para outras editoras. Foi então que fiz os arranjos de um disco para a Philips, com o Carlos do Carmo. Foi o 'Por Morrer uma Andorinha'. Depois ele veio para a Tecla e gravámos 'Gaivota' que ganhou logo um prémio. Seguiu-se o 'Canoas do Tejo'. Na Tecla também gravámos a 'Pedra Filosofal' do Manuel Freire e a 'Tourada' do Fernando Tordo. O Ramiro Valadão não queria nem por nada que a canção fosse ao festival da RTP, mas eu impus a presença do Tordo.
A - Como acabou a Tecla?
JCP - Eu acreditei 100% no 25 de Abril e como era 100% socialista decidi fazer uma fábrica de discos, para não ficarmos nas mãos das multinacionais. Montei a fábrica em Rio de Mouro, em pleno Verão Quente de 1975. Estava tudo a correr bem e em 1976 meti um director comercial na empresa e fui fazer trabalhos para a África do Sul. Quando regressei estava tudo destruído. Paguei as dívidas e acabou-se. Vendi todo o repertório da Tecla.
A - Agora qual é a sua principal actividade?
JCP - Os discos da Jorsom não são comerciais, por isso tenho de trabalhar mais que nunca. Trabalho sobretudo como orquestrador e arranjador e tenho trabalhado com coros amadores. A convite de Joaquim Luís Gomes estou a dirigir a Orquestra Típica Scalabitana. Reorganizei a minha orquestra de jazz e lá vamos indo.
Entrevista Revista Autores (Abril/Junho 2004)
JORSOM
Empresa dedicada à divulgação musical possuindo um estúdio de gravação. Esta empresa tem à sua frente o reputado maestro Jorge Costa Pinto, reconhecido profissional dentro e fora de Portugal. A Jorsom dedica-se também à venda de pianos Baldwin, partituras musicais, CDs Audio, software e livros musicais (entre outros). Consulte o nosso site para obter mais informações.
http://www.jorsom.com.pt
Jorsom Audio Visual, Lda.
Actividades de Gravação de Som e Edição de Música
Concelho: Lisboa
Início de Actividade: 1976
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