quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Orfeu
11/11/11. A LX Factory, tal como aconteceu nos últimos seis anos, escancara as suas portas durante um dia de Novembro, e convida toda a gente a espreitar, a intrometer-se e ver o que se passa lá dentro. É um dia de festa, em que se celebra um espaço que se recusou a permanecer apenas como um símbolo do passado – a antiga Companhia de Fiação e de Tecidos Lisbonense – e se impôs como um importante pólo de criatividade, uma ilha efervescente nascida no meio de Lisboa. E isso, parecendo, que não leva-nos à Orfeu, a mítica editora criada por Arnaldo Trindade em 1956, adormecida no início da década de 1980, e renascida agora como Art'Orfeu Media. Hoje, vive no interior da LX Factory. E esta sexta-feira vai mostrar, em dois momentos, o seu passado e o seu futuro.
Orfeu – ontem, hoje e amanhã Ontem, 17h30-18h30:
Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho, Fausto e Vitorino, mas também Miguel Torga, José Régio ou Sophia de Melo Breyner, mas também Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro ou Jaime Cortesão, e ainda Pop Five Music Incorporated, Quim Barreiros, Duo Ouro Negro ou Conjunto António Mafra. A história da Orfeu, fundada por Arnaldo Trindade em meados da década de 1950, é a história de um homem que queria estar entre os músicos, que não queria ser um editor de secretária, à distância, e que se dividia entre um amor profundo à música e outro tanto à poesia. E que, mais do que tudo, queria criar algo novo na música portuguesa. E oferecer o seu espaço ao talento que encontrava.
Para recordar o percurso notável da Orfeu nas décadas de 50, 60 e 70, a Art’Orfeu Media convida todos a partilharem, entre as 17h30 e as 18h30, uma conversa com quem esteve e está hoje directamente envolvido na história escrita e reescrita da editora:
- Arnaldo Trindade, seu fundador, dinamizador e admirável contador de histórias;
- Carlos Cruz, responsável pela comunicação e parte da “super equipa” de Arnaldo Trindade – que incluía ainda José Niza, José Calvário e Miguel Graça Moura – em princípios da década de 70;
- David Ferreira, ex-director da EMI-Valentim de Carvalho, actual responsável pelas reedições do projecto Poetas & Prosadores do catálogo da Orfeu;
- Ruben de Carvalho, director da Festa do Avante! e responsável pelas reedições da série "Fados" na Orfeu;
- Vitorino, músico que gravou para a Orfeu os seus quatro primeiros álbuns;
- Zélia Afonso, viúva de José Afonso, nome maior do catálogo da editora, cuja obra será integralmente reeditada em 2011.
No final desta confraternização o professor e pianista Amílcar Vasques-Dias fará uma interpretação muito especial de alguns temas da obra do Zeca Afonso.
No pós-jantar, o palco que foi ocupado pela conversa ao fim da tarde dará lugar à música, interpretada por alguns dos nomes que recuperam o espírito original da Orfeu para os dias de hoje. Durante o ano de 2011, a par da reedição de discos de Mário Viegas e Mena Matos, a nova Orfeu publicou dois novos álbuns que, de certa forma, ajudam a balizar os caminhos da música portuguesa que a editora explorará de futuro:
"REIntervenção", um tributo a José Afonso que promove parcerias inéditas tão ao gosto da antiga Orfeu e "Onde Mora o Mundo", disco em duo de JP Simões e Afonso Pais. Simões e Pais, de resto, integrarão o lote de músicos que actuará esta Sexta-feira no espaço daOrfeu na LX:
- Amílcar Vasques-Dias e Tiago Sousa, em representação do projecto "REintervenção";
- Afonso Pais e JP Simões, em recapitulação do disco "Onde Mora o Mundo";
- Vítor Rua, fundador dos GNR e do duo experimental Telectu, em apresentação de "Heavy Mental", disco improvisado em guitarra de 18 cordas a publicar em Novembro;
- Filipe Raposo, nome mais ligado à música tradicional, aqui em apresentação do seu disco em trio de jazz a publicar em Novembro;
- Pedro Esteves, novo cantautor português, cujo disco de estreia, "Mais Um Dia", será lançado em Fevereiro.
Entre o passado e o futuro há um presente. Venha ter com ele no dia 11. Às 17h30 e às 22h30.
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